terça-feira, 26 de agosto de 2014

Estrada de Mostardas



A RST 101, infelizmente, é mais uma das tantas estradas em estado caótico do Estado do Rio Grande do Sul. Ela é a continuação da BR101 que liga São José do Norte até Torres, divisa do Estado com Santa Catarina. Essa estrada futuramente terá grande importância para o Estado, pois assim que concluírem as obras do porto do lado norte, ou construírem a ligação terrestre entre São José do Norte e Rio Grande, por ela será transportada a mercadoria que virá pelo Porto de Rio Grande com destino ao norte do Estado e Estados vizinhos.
Antigamente se chamava essa rodovia de Estrada do Inferno. Há muitos anos a população da região batalhou e ainda batalha por essa estrada. Segundo os usuários desta rodovia, se trata de descaso com o contribuinte, agravado pelo estado de abandono do DAER (departamento estadual que é responsável pela manutenção da rodovia) deixando mais evidente que se trata de um problema de gestão de governo.
Desde que foi asfaltada essa estrada (RST 101), antes mesmo de ser concluída, vem sendo refeita, recapada e remendada a custa de muito dinheiro do contribuinte. Este ano (2014) foi recapada em alguns trechos, e logo em seguida já estava com buracos no asfalto novo, antes mesmo, de serem pintadas as faixas delimitadoras das pistas. A Defensoria Pública, o Ministério Público ou os representantes municipais deveriam tomar uma atitude e ver a qualidade dos serviços prestados pelas empreiteiras estão de acordo com as necessidades da rodovia, que transporta toda a safra de arroz, soja e cebola, sem esquecer o rebanho bovino que é forte também na região, devendo ter capacidade para suportar este trafego de caminhões pesados.
Como as obras de recapeamento são desfeitas assim que o trafego começa a fluir sobre a rodovia, parece que essas estradas servem apenas para o enriquecimento ilícito das empresas que lucram com as obras públicas.
Mês passado houve um protesto de um morador de Mostardas em uma rede social e a população se manifestou revoltada contra nossos representantes políticos, executivo e legislativo. Neste manifesto foi unanime que a manutenção do estado precário desta rodovia se presta para os candidatos aproveitadores capitalizar votos, em total desrespeito ao sofrimento alheio. Digo isto porque muitas vidas foram ceifadas exclusivamente por conta dos buracos que são a marca registrada da via. Fazem promessas na campanha, que soam como música para os atormentados usuários, porém abandonam a causa assim que se elegem. Mas nos dias das manifestações populares, lá estão os mesmos que prometeram a solução, hoje eleitos, mas se dizem sem forças para fazerem alguma coisa.
Todavia, os buracos lá estão. Continuam dando enormes prejuízos financeiros e pessoais, destruindo os bens dos usuários da rodovia, sejam eles públicos, sejam eles privados, os buracos não discriminam. Se nossos representantes eleitos não tem essa força, que nos indiquem quem as têm. Por que na campanha fizeram promessas sobre temas que não são de suas competências? Talvez seja o fato de ser “o que o povo que ouvir”. Não foi para representar os anseios da população que se elegeram? Eles têm que propor obras e fiscalizarem resultados destas para serem positivos de seus mandatos, e não expor suas fraquezas e incapacidades, pois aos poderes constituídos é que cabe a execução e fiscalização destas malfadas obras em rodovias.
Quando se fala em poderes constituídos refiro-me aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que todos aqui no Brasil sabem são excelentes em fazer leis e cumprir todos os ritos em horas ou minutos quando o assunto é de seu interesse (salários, férias e arrumar lugar para parentes e apadrinhados).
Ultimamente no Brasil, a população tem saído às ruas para “tentar” chamar atenção do poder público. Essa é uma ótima ação. Outra sugestão de um manifestante é, que todo usuário dessa rodovia não votar em nenhum candidato local, tanto municipal quanto estadual, principalmente este último, que peregrinam por lá pedindo voto. Eles desconhecem o estado da estrada, pois passam por ela sobrevoando, ou, eventualmente, em carro público que se quebrar tem muitos outros para substituí-lo. Nesse caso eles não olham o estado da estrada, pois estão usando o dinheiro que pagamos a título de impostos, muitos dos quais, eles são isentos. Falam o que o povo quer ouvir nos escassos dias que lá vão, mas o resultado destas promessas até hoje, nenhum dos usuários que utilizam a rodovia diariamente viu sair da promessa. Foi sugerido pelo indignado usuário que a população deveria fechar a estrada, pelo menos uma vez por semana para chamar atenção dos governantes.
Este é mesmo grito da população massacrada ou sem máscaras, que marcou os protestos pelo descaso no ano passado. Parece-me que é o único modo da população fazer-se ouvir. É certo que temos uma grande movimentação popular “obrigatória”, marcada para o dia 05 de outubro, data perfeita para reclamar por melhorias nas urnas. Refletir sobre tudo que está acontecendo, e, principalmente, com a rodovia, pois é um descaso dos que detém cargos públicos eletivos, e termos a mesma postura, um descaso com eles nas urnas. É o que nos resta, já que somos “obrigados” a votar, pensemos muito bem em quem vamos depositar nossas esperanças. Desejo a todos um ajuizado voto.





Tenha um ótimo dia.
 Anajá Schmitz